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Refletindo antes de consumir

No mês de outubro, entre outros eventos, comemora-se também o Dia do Consumo Consciente, tema que ganha força nos noticiários e mídias sociais, mas que, por vezes, nos deixa dúvidas sobre como fazê-lo e, desta forma, contribuir com um futuro mais sustentável para o planeta. Parte da questão é muito visível, bastando para isso passearmos pelas margens de rios, lagoas ou até mesmo nas ruas, para observarmos a quantidade de lixo que produzimos. Desde garrafas plásticas a colchões, móveis e outros utensílios, parece-me que ainda é comum dispensarmos aquilo que não mais queremos de forma irresponsável, para só nos darmos conta quando, diante de uma chuva torrencial, os detritos se acumulam, provocando enchentes ou desabamentos. Pois foi pensando nestas questões que optei pelo tema do artigo de hoje.

Entendo que a questão funcione e forma integrada, começando pelo nosso próprio padrão de consumo. Quando consumimos muito, produzimos muito lixo. As dicas que se seguem, ainda que eu não pretenda esgotar o assunto, fazem parte de atitudes que já vi, tive ou soube de amigos que as adotaram. Espero que elas o ajudem, meu querido leitor, a também participar deste Consumo Consciente.

(1) Adquira o que você realmente irá consumir: Tempos atrás, na crise energética de 2001, quando houve racionamento, percebi, durante minhas leituras à noite, que andava gastando muita energia desnecessária ao utilizar as antigas lâmpadas tradicionais. Explico: para uma quantidade X de iluminação, aquelas lâmpadas gastavam muita energia, pois também geravam calor, o que eu ainda procurava diminuir com o ar condicionado ligado, gastando, portanto, mais ainda. Como o que eu realmente queria era luz, a troca por lâmpadas fluorescentes permitiu razoável economia, levando-me a consumir apenas aquilo que eu necessitava. Os resultados apareceram imediatamente nas contas de luz dos meses seguintes.

(2) Evite o desperdício: Frequentei muito a casa de praia de um amigo (mordomia completa) e me espantava porque ele só comprava latas de 200 ml de refrigerante, e não as embalagens maiores. Não custa mais? Trabalhando no ramo de cozinha industrial, ele prontamente mostrou-me as evidências: latas ou embalagens maiores acabam perdendo o gás ou ficando quentes rapidamente, fazendo com que os convidados abram novas unidades quando a primeira ainda está cheia pela metade. Que tal?

(3) Ande a pé: Boa parte das atividades que faço atualmente fica próxima de minha casa ou de meu escritório. No passado, diante de qualquer deslocamento, eu pegava o carro. Hoje em dia, ainda que influenciado – reconheço! – pelos preços do combustível e estacionamento ou pelas dificuldades no trânsito, prefiro ir andando. Economizo, faço uma atividade física adicional e, com certeza, contribuo com um ar menos poluído aqui em minha cidade!

(4) Pratique a reciclagem: E aqui falo em sentido bastante amplo: (a) diante de dois produtos, por exemplo, porque não adquirir justamente aquele fabricado a partir de materiais reciclados e/ou com energia sustentável? (b) antes de jogar fora algo aparentemente inútil, porque não refletir em outro uso para o objeto? Em casas que frequento, por exemplo, já vi a antiga estante virar base para mesa de centro, criado-mudo ser repintado para decorar lavabo e por ai vai; (c) porque somente aquilo que é novo é bom? Imóveis, automóveis, mobiliário e até roupas podem ser adquiridas de segunda mão sem necessariamente ter perda de qualidade. Em outros países, a chamada venda de garagem é prática corriqueira, gerando preços competitivos para quem compra, alguma renda para quem vende e um item a menos fabricado; (d) compartilhar itens – brinquedos, livros, carros (no transporte solidário), também entra no item reciclagem, no meu modo de ver.

(5) Gaste tempo no descarte: Ataque o problema final do destino a dar ao nosso lixo. Separação do lixo, acondicionamento adequado de produtos tóxicos (como pilhas, eletrônicos, entre outros) – e outras possibilidades de reciclagem devem fazer parte do seu receituário.

(6) Contamine os que estão à sua volta: Assustou-se com a dica? Tranquilize-se, pois a ideia aqui não é a de você funcionar como mais um agente poluidor do mundo em que vivemos, mas sim a de atuar repassando as ideias presentes neste artigo – e muitas outras – aos grupos de que você participa. Numa conta simples, imagine que com seu discurso você influencie 10% das pessoas de seu convívio: num grupo de 50, cinco passarão a agir como você, que por sua vez influenciarão seus próprios amigos e assim sucessivamente, numa corrente bastante positiva. Dá para mudar muita coisa nesta vida, concorda?

Um grande abraço e até a próxima!

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