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Soluções possíveis

As notícias econômicas andam bastante desanimadoras e, mesmo para os mais otimistas – como é o meu caso – reestruturar soluções requer doses extras de pensamento positivo. Limitando-me ao tema que é a proposta da coluna e ao caso brasileiro, quando é que as coisas passarão a melhorar? Rebaixamento do grau de investimento, salários atrasados, demissões ou férias coletivas, renda em queda e inflação em alta são alguns de nossos pesadelos cotidianos, que decerto tiram o sono de muitos. Alguns preferem reclamar, mas outros procuram estratégias para contornar o problema. Então qual a minha sugestão, meu querido leitor?

Volto a uma ferramenta que já abordei anteriormente neste espaço, que é o fundo de emergência. A ideia básica desta ferramenta é separar parte da renda atual – mesmo que seja preciso sacrifiar o consumo – para que, na hipótese de um futuro menos promissor, não seja preciso cortar itens essenciais, como a escola dos filhos ou o plano de saúde, por exemplo. Explicando melhor:

Quanto devo guardar? Sugiro que você tenha acumulado pelo menos o equivalente a seis meses de suas despesas, considerando todos os gastos para manter o padrão de vida atual, não se esquecendo de considerar gastos sazonais, como o IPVA ou o IPTU, entre outros. Note que o objetivo aqui é ter recursos à mão para que, no caso de uma emergência (acidente, perda do emprego, etc.), você tenha de onde sacar para pagar as contas.

Considero saldos existentes em outras aplicações? Claro, desde que estes possam ser facilmente transformados em dinheiro. Assim, se você já tem recursos guardados na poupança ou outro tipo de fundo, a soma destes saldos reduzirá a necessidade de novos aportes. Mas atenção: evite incluir investimentos que dependam de um mercado para venda – caso de imóveis, ações, entre outros – pois nada garante que as condições do mercado estarão favoráveis no momento que você precisar dos recursos.

O acesso aos recursos deve ser fácil? Sim, mas não tão fácil que acabe embolado com suas contas do dia a dia. Uma sugestão que funciona razoavelmente bem é ter outra conta bancária (ou conta poupança), que será utilizada exclusivamente para este fim. De preferência, esqueça que tal conta existe, lembrando-se dela apenas para o caso da emergência surgir. Ah sim, trocar de carro ou contratar uma viagem não são exemplos de emergência, combinado?

Devo me preocupar com a rentabilidade? Não, pois a tônica aqui é ter um seguro. Dê preferência à rapidez com que você irá transformar seu fundo de emergência em dinheiro. O custo não sairá tão alto assim e você garante que o dinheiro poupado estará disponível quando precisar dele.

Concluindo, na atual conjuntura, vejo três grupos bem definidos: (a) Os que não vivem nenhuma situação de emergência, estando empregados. Para estes, a indicação é formar o fundo de emergência o mais rápido possível; (b) Os que já vivem emergências, mas formaram seus próprios fundos há tempos: para estes, a indicação é resgatar os recursos conforme as necessidades surjam e, quando a situação melhorar, recompô-los gradativamente; (c) Os que já vivem emergências, mas não contam com um fundo deste tipo: neste caso, a urgência é máxima. Uma sugestão é procurar livrar-se de bens que possam sair de seus patrimônios, para formar rapidamente suas reservas financeiras. Lembre-se que a tempestade vai passar, e você terá novas oportunidades de reaver aquilo que optou por vender.

 

Um grande abraço e até a próxima!

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