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Dólar alto: entenda o motivo e como isso pode afetar o seu bolso

Moedas e cedulas de dinheiro

A moeda norte-americana está em alta e, com a valorização do dólar, o prejuízo não é somente para quem vai viajar. Muitos produtos podem pesar no orçamento do consumidor. Em entrevista exclusiva, o consultor financeiro Ricardo Pereira explica o porquê desse aumento, de que maneira isso afeta o mercado brasileiro e apresenta os pontos negativos e positivos. Confira:

LOSANGO – Qual o motivo da alta do dólar?
Ricardo Pereira -
O dólar subiu no mundo todo, como medida de proteção dos investidores, algo relativamente natural em períodos de crise. No Brasil, a desconfiança em relação à economia, perda do grau de investimentos e crise política tornaram o ambiente ainda mais delicado, fazendo com que os investidores tirem dinheiro do país, levando-o para fora. Consequentemente, isso torna o dólar mais escasso ecaro.

LOSANGO – E de que maneira isso pode ser bom para o Brasil? Há aumento das  exportações?
Ricardo Pereira –
Com o dólar mais baixo, o país se torna mais competitivo em relação ao exterior, mas a crise interna e suas ramificações (necessidade de aumentar impostos, mão de obra cara e ineficiente, juros estratosféricos, etc.) acabam por prejudicar as possibilidades do setor. Ainda assim, em determinados setores poderemos ver números interessantes de exportações.  A indústria, de uma maneira geral, está em compasso de espera por conta do ambiente do país. Não devemos ver nada de expressivo no curto prazo, principalmente porque se espera muita volatilidade nos próximos meses. 

LOSANGO – Mas e no bolso do consumidor? O que muda? Vemos itens importados ficando cada vez mais caros...
Ricardo Pereira –
Sim. Muitos setores utilizam matéria-prima cotada em dólar. A farinha de trigo é um bom exemplo. Os importados estão com preço nas alturas e muita gente já vem substituindo esses produtos por outros de preço menor.

LOSANGO – No atual cenário, quem ganha e quem perde com essa alta do dólar?
Ricardo Pereira –
O câmbio provavelmente é o tema mais espinhoso dentro da economia, e nenhum economista se sente à vontade para fazer qualquer tipo de previsão de longo prazo. A verdade é que muitos setores que utilizam matérias-primas que são afetadas pelo câmbio e setores de turismo que trabalham com viagens para o exterior acabam tendo seu desempenho comprometido. Do outro lado, as indústrias que trabalham para oferecer seus produtos no mercado internacional ganham um respiro, ainda que sofram com a crise e os meandros de nossa economia (inflação, burocracia, mão de obra sem qualificação, juros estratosféricos, tributos elevados, etc.).

LOSANGO – E o grau de investimento no país, aumenta ou diminui? Por quê?
Ricardo Pereira –
O mercado já havia, de certa forma, precificado a perda do grau de investimento. Era questão de tempo. Os dados da economia, somados ao agravamento da crise política com o governo fragilizado e sem apoio para colocar em prática as reformas necessárias, não deixavam dúvidas que caminhávamos para esse desfecho. Dessa forma, podemos e continuaremos passando por enorme volatilidade nos próximos meses.

LOSANGO – E se o dólar continuar subindo, quais são as nossas perspectivas?
Ricardo Pereira –
O Brasil precisa enfrentar alguns problemas sérios pela frente e todos eles dependem da vontade política. O momento é grave, e o mais importante seria um impacto em torno do que é realmente relevante para o país, pois toda a crise é uma oportunidade única para mudanças que realmente transformem e não apenas uma mudança de nomes. O dólar pode continuar subindo e, assim, pressionar a inflação, que por sua vez fará com que os juros continuem altos, o que tornará o acesso ao crédito cada vez mais complicado. Assim, o país não cresce, formando um espiral sem fim e que só prejudica o país e as pessoas mais pobres.

A autora e o entrevistado autorizam o uso de suas declarações. A Losango não se responsabiliza pelo conteúdo.

Esta informação não objetiva dar conselho legal, contabilidade ou taxa. As pessoas que acessam estas páginas devem obter orientação apropriada considerando os objetivos do investimento, situação financeira e necessidade. A orientação financeira oferecida não foi preparada considerando os objetivos de investimento em particular, situação financeira e necessidades de qualquer investidor em particular. Investidores orientados devem avaliar se é apropriado agir como tal.


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