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O que fazer com o décimo-terceiro?

A chegada do final do ano traz uma receita adicional para o bolso dos que estão empregados: o décimo-terceiro salário. Como muitas empresas optam por antecipar o seu pagamento (por lei, podem fazê-lo até dezembro), resolvi tratar do tema no artigo de hoje. Seguem três estratégias distintas para que você, meu querido leitor, aproveite esse benefício. E não custa lembrar que ele chega mesmo em boa hora, tendo em vista o momento difícil de nossa economia. Com o dólar mais caro do que no final do ano passado, presentes e produtos natalinos importados ficarão mais caros, sem contar que apesar de todo o esforço do Banco Central, a inflação tem andado resistente, aumentando preços em geral. Logo, toda cautela é bem vinda. Vejamos então algumas sugestões: os personagens são fictícios, mas as estratégias não!

(1) Por uma érie de questões pessoais, Seu João está pendurado em dívidas que não tem conseguido pagar, seu nome possivelmente entrando nos cadastros de inadimplência país adentro. Estar negativado, ele mesmo reconhece, lhe cria muitas dificuldades, já que tudo precisa ser pago à vista: o crédito fechou as portas para o nosso amigo. Assim, o melhor conselho que eu poderia lhe dar é que ele use esta renda extra para se livrar das dívidas o quanto antes, mesmo que isso signifique um Natal mais magro. Na renegociação, ele deverá liquidar seus débitos que cobrem juros maiores, e, caso consiga eliminar todos, tentar transformá-los em prestações fixas e de prazo longo que caibam em seu orçamento regular. O benefício que irá receber, portanto, será capaz de reverter este quadro, e cá pra nós, deve ser ótimo começar 2016 com o pé direito na economia doméstica, não é mesmo? Será um verdadeiro presente que ele dará a si mesmo e a sua família: um começo de ano livre de juros e esperança de dias melhores. Pelo menos em suas contas!

(2) Já a Dona Maria conseguiu passar todo o ano equilibrado, ou seja, não poupou, mas também não se endividou, resultado da combinação de um olho vivo nas contas e uma mão firme na hora de puxar a carteira. Ela está de parabéns e assim, por que não aproveitar o seu feito? Mas, como é sempre prudente, nossa amiga tem a exata noção de que a folga orçamentária que chega com o décimo-terceiro, logo terá destino certo, as despesas de início de ano: material e matrícula escolares, férias, carnês do IPTU e IPVA, entre outras. Logo, uma boa estratégia será guardar parte do salário adicional como reserva para fazer frente aos gastos citados no início de 2016, gastando o restante agora com aquilo que mais lhe agradar: a festa e os presentes de Natal, uma viagem, a tão sonhada reforma na casa ou até mesmo aproveitar esta época de liquidações ousadas para os pequenos sonhos de consumo antes adiados. Não é o caso de Dona Maria, mas outros que possuam financiamentos imobiliários, podem até reduzir parte do saldo devedor utilizando os recursos extras para abater uma ou mais prestações. Decerto alternativas mais atrativas do que as que sobraram ao Seu João, não é mesmo?

(3) Finalmente temos o Seu José, que mesmo diante de todas as adversidades que enfrentou ao longo de 2015, foi capaz de guardar religiosamente parte do seu salário mensal nas aplicações financeiras usuais. Para ele, há não somente as opções listadas para a Dona Maria, mas considerando que ele possui reservas para o início do próximo ano, poderá até se dar ao luxo de gastar todo o recurso extra sem maiores preocupações. Entretanto, minha experiência me mostra que pessoas com este perfil dificilmente detonam: provavelmente nosso amigo irá manter sua meta de poupança, aproveitando a graninha extra para novos aportes em suas reservas.

Um grande abraço e até a próxima!

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