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A CARNE OU A SOBREMESA?

Imagine que você, meu querido leitor, esteja sonhando caro, tipo viajar com a família ou dar a festa de casamento da filha, e precise segurar um dinheirinho a mais. Aí, você olhou suas contas, já eliminou os gastos financeiros desnecessários com multas e juros por atrasos em pagamentos, já deixou de comprar o que não usa e passou a pesquisar preços para evitar desperdícios, mas ainda assim o dinheirinho a mais não chegou. E agora, o que fazer? Sobram duas opções: cortar gastos ou gastos essenciais. E realmente acho mais fácil cortar os primeiros. Ou você escolheria desistir da carne pela sobremesa caso fosse organizar um churrasco?

Entretanto, compreendo ser muito difícil definir o que seja supérfluo, até porque, o que é supérfluo para você, pode não o ser para seu vizinho, e vice-versa. Cada um tem o seu próprio padr&atlde;o e não vale a pena entrarmos em discussões eternas porque alguém ache besteira trocar de carro todo ano; provavelmente esta pessoa possa estar achando que a sua mania de fazer coleções de DVDs seja uma tremenda bobagem, não é mesmo?

Assim, para não cometermos injustiças com ninguém, classificarei como supérfluos aqueles pequenos luxos, sofisticações e até mesmo exageros, que nos fazem sentir especiais, mas que diante de um objetivo maior, possam ser sacrificados. Por ser uma questão individual, pode até ser que nos pequenos exemplos que apresentar você não se sinta representado. No entanto, observe se as características mencionadas não correspondem a algum comportamento típico seu também... Pode ser que sim, pois muitos dos supérfluos têm em comum:

- Repetição:

O que é consumido sequer é caro, mas repete-se muitas vezes ao longo do dia, do mês, do ano... Acaba virando um caminhão de dinheiro. Um ótimo exemplo é o cafezinho, o refrigerante ou o cigarro. Valores pequenos e que se repetem. Três xícaras de expresso diárias, por exemplo, viram aproximadamente R$ 360 mensais.

- Excesso:

Pode até ser caro, merece ser consumido, mas precisa ser naquela quantidade? Um exemplo é o sujeito que, em dia normal de trabalho, só aceita almoçar em determinados restaurantes, às vezes mais caros. Já fiz isso, chegando a gastar quase R$ 600 mensais nestes almoços (20 dias úteis a R$ 30 por dia). Diminuí minhas idas a este local (não as eliminei!) e minha conta caiu para R$ 360.

- Padrão de terceiros:

Já não ocorreu de você ter levado para casa algo que nem o interessava muito, mas como o colega comprou você não quis ficar para trás? Conheço vários exemplos desta situação, seja de pessoas que frequentam ambientes sofisticados (e para os quais o bolso não aguenta) ou de pessoas que adquirem automóveis caríssimos e depois sequer conseguem mantê-los.

- Constrangimento:

Outro exemplo típico de gasto supérfluo. Em outra ocasião com maior folga, talvez você até levasse o produto para casa, mas não agora. No entanto, a lábia do vendedor, o deixa constrangido de dizer não. Típico nas compras de vestuário, onde o camarada sai para comprar duas camisetas e acaba levando cinco, sem necessidade.

- Tradição ou Hábito:

O produto ou serviço que você compra ou usa, talvez pudesse ficar na prateleira, mas, seja por tradição – minha avó só usa esta marca de queijo – seja por hábito – só vou para o trabalho de carro, nem pensar em andar de metrô – a troca.

A lista anterior não é exaustiva e decerto você, com suas experiências pessoais, poderá ampliá-la; quando eu comecei a fazê-la, só conseguia perceber uma ou duas características, mas com o tempo, cometendo também os meus equívocos e diante de projetos mais interessantes, acabei chegando à versão atual.

Note que diferente dos desperdícios, os supérfluos você usa, não sendo, portanto, um caso clássico de jogar dinheiro fora. Observe também que por nos fazerem sentir especiais, tirá-los de nossas vidas (total ou parcialmente) constitui um grande desafio. Mas otimista, torço para que todos consigam vencê-lo!

Um grande abraço e até a próxima!

O autor autoriza a publicação do artigo.

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