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Segundo da fila

Claro que nem sempre a vida pode ser tão planejada assim, mas para casais com intenção de ampliar a família, por que não usar o mínimo de racionalidade quando se trata da vinda de um segundo filho?

Sei que é um assunto difícil de ser abordado, pois a tendência de muitos é deixar somente a parte emocional funcionar, até mesmo criticando aqueles que pensam também na parte financeira envolvida. Será que deveria ser desta forma? Então reflita, meu querido leitor, se as economias feitas a partir de um bom planejamento não acabarão revertendo para o bem estar de todos os envolvidos.

Pensando nisso, decidi abordar o tema de hoje trazendo, três casos reais e seus respectivos impactos no orçamento familiar. As conclusões, deixo para você! Vamos lá?

Caso 1: Dois filhos com diferença acentuada de idade: Eatamente o que ocorreu em minha família, já que a minha diferença de idade para meu irmão é de nove anos. Mesmo sendo dois meninos, houve muito pouco aproveitamento – talvez nenhum – de roupas, objetos e livros escolares entre os dois irmãos. Até sobre a questão de moradia, lembro-me que aos dez anos, eu já no antigo quarto ano primário, achava impossível compartilhar o mesmo quarto com ele, que por ser muito pequeno, ainda vivia todo aquele ciclo de choro à noite, mamadeiras, etc. Resultado: antes da hora planejada pelos meus pais, fomos obrigados a nos mudar para um apartamento com mais um quarto, e com isso sofremos todo o impacto que a mudança para uma nova moradia traz: aluguel mais caro, novos móveis, decoração, necessidade de formar novas amizades, mudanças nos grupos de rodízio escolar e por aí vai. Pelo lado profissional, também acredito que a decisão tardia tenha trazido impactos na carreira materna, pois minha mãe se viu obrigada a se dividir entre a profissão e dois filhos pequenos. Independente de quem irá assumir a parte doméstica, imagine que superada a fase inicial do primeiro filho, você volte com carga total ao trabalho pensando em sua carreira para, nove anos depois, voltar a desacelerar.

Caso 2Dois filhos com pequena diferença, sexos opostos: Também uma experiência pessoal, já que a minha filha, Maria Luiza, é quatro anos mais velha que o Rodrigo, meu filho caçula. Parte dos problemas citados no caso anterior foram adiados, pois somente aos seis/sete anos da mais velha resolvemos nos mudar para uma casa maior.  Com a pequena diferença de idade e estudando na mesma escola, conseguimos aproveitar parte do material, notadamente aqueles não preenchidos ao longo do ano letivo. O segundo filho na mesma escola trouxe-nos também um pequeno desconto nas mensalidades, outra vantagem. De forma geral, estimulamos também a serem próximos, o que facilitou o uso de um ou outro brinquedo, ainda que não todos. Finalmente, pelo lado profissional, tanto eu como a mãe das crianças não chegamos a sofrer muito impacto, reduzindo cargas horárias por um período de aproximadamente cinco anos, quando então reassumimos nossas carreiras. Algo a se pensar com carinho em um mercado de trabalho tão competitivo.

Caso 3Dois filhos com pequena diferença, mesmo sexo: Foi o caso de um amigo, cujos filhos homens nasceram com diferença de dois anos de idade. Além de boa parte das vantagens apontadas no caso anterior, não houve necessidade de um quarto adicional, já que ainda hoje (o menino mais velho com 15) dividem o mesmo espaço. Livros, roupas, brinquedos, tudo isso foi aproveitado do mais velho para o mais novo. E, como meu amigo é torcedor fanático por futebol, boa parte do lazer das crianças é em conjunto com o pai, o que deixa a mãe livre para se atualizar profissionalmente.

Lógico que, mesmo entre os que fazem o planejamento familiar – e pelas razões apresentadas, optam por uma menor distância entre as idades – há sempre o fator imponderável, que é o sexo da segunda criança. O que não significa deixar de planejar, não é mesmo?

Um grande abraço e até a próxima!

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